Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 2 de 2
Filtrar
Mais filtros










Intervalo de ano de publicação
1.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e246584, 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1422412

RESUMO

Este relato de experiência, situado no campo do cuidado a pessoas usuárias de álcool e outras drogas em contextos marcados por violência, tem como objetivo explorar os limites, desafios e caminhos possíveis, em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD III), para a sustentação de um cuidado orientado pela compreensão das pessoas usuárias do Caps a partir da sua existência, sofrimento e relação com o corpo social, mesmo diante de comportamentos tidos como violentos. De caráter qualitativo, o percurso de pesquisa foi conduzido por meio de dois recursos metodológicos: o relato de experiência, referente à trajetória de uma das autoras no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), e a metodologia caso traçador ou usuário-guia. O trabalho de cuidar de pessoas expostas à necropolítica exige um posicionamento ético dos trabalhadores de saúde mental de engendrar processos de resistências e produção de vida. Pela radicalidade que é vivenciá-la, a violência comparece como um elemento dificultador desse trabalho para os profissionais, fazendo com que, diante do desamparo, por vezes utilizem lógicas disciplinares para conseguir lidar com esse fenômeno. Propõe-se abordar as cenas nomeadas como violentas nos Caps com base na noção de situação-limite, retirando a situação da malha de sentidos que acompanha a palavra e remete a práticas disciplinares e ao contexto da violência urbana. Essa mudança de paradigma abre a possibilidade de que os trabalhadores se incluam nas situações, as entendam como relacionadas à complexidade e à singularidade da existência das pessoas envolvidas e, assim, proponham soluções produtoras de vida.(AU)


This experience report, situated in the field of care for people who use alcohol and other drugs in contexts marked by violence, aims to explore the limits, challenges, and possible paths, at a Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs (CAPS AD III), to support care guided by the knowledge of CAPS users based on their existence, suffering, and relationship with the social body, even in the face of behaviors considered to be violent. The path of this qualitative research was conducted with two methodological resources: the experience report, referring to the trajectory of one of the authors at the Multiprofessional Residency Program in Mental Health at the Institute of Psychiatry at the Federal University of Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), and the methodology of case tracer or user-guide. The work of caring for people exposed to necropolitics requires an ethical positioning of mental health workers to build resistance processes and life production. Due to it is radical to experience, violence appears as a complicating element of this work for the professionals, forcing them to, due to the lack of support, occasionally use disciplinary reasoning to deal with this phenomenon. This study proposes to approach violent scenarios in the CAPS under the guise of limit-situation, withdrawing the situation from the web of meanings that accompany the word and refer to disciplinary actions and the context of urban violence. This paradigmatic change opens the path for workers to include themselves in these situations, to understand their relationship with the complexity and singularity of the existence of the implicated people, and thus offer solutions that produce life.(AU)


Este reporte de experiencia se sitúa en el área de la atención a las personas que consumen alcohol y otras drogas en contexto de violencia y tiene por objetivo explorar los límites, desafíos y caminos posibles en un Centro de Atención Psicosocial Alcohol y Drogas (Caps AD III), para ofrecer un cuidado a los usuarios basado en la comprensión de las personas usuarias del Caps considerando su existencia, sufrimiento y relación con el cuerpo social, incluso ante situaciones violentas. Esta es una investigación cualitativa que se basó en dos recursos metodológicos: el reporte de experiencia sobre la trayectoria de una de las autoras en el Programa de Residencia Multiprofesional en Salud Mental de la Universidad Federal de Río de Janeiro (IPUB/UFRJ) y de la metodología del caso trazador o usuario guía. La labor de asistir a las personas expuestas a la necropolítica requiere un posicionamiento ético de los profesionales de la salud mental de producir vida y procesos de resistencia. Por la radicalidad de la experiencia, la violencia es un obstáculo para el trabajo de los profesionales, lo que los llevan a actuar de forma disciplinaria para hacer frente a este fenómeno. Se propone aquí abordar las escenas violentas bajo la noción de situación límite en el Caps, sacando del contexto la red semántica que acompaña la palabra y alude a las prácticas disciplinarias y la violencia urbana. Este cambio de paradigma permite que los trabajadores se incluyan en las situaciones, las comprendan en relación con la complejidad y la singularidad de la existencia de las personas y propongan soluciones que produzcan vida.(AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Violência , Saúde Mental , Reabilitação Psiquiátrica , Território Ocupado , Pobreza , Psicologia , Política Pública , Mudança Social , Serviço Social , Tabaco , Tranquilizantes , Inconsciência , Organização Mundial da Saúde , Alimentação de Emergência , Timidez , Neurociências , Brasil , Pessoas Mal Alojadas , Luto , Infecções Sexualmente Transmissíveis , Sistema Nervoso Central , Cocaína Crack , Crime , Morte , Redução do Dano , Populações Vulneráveis , Depressão , Transtornos Dissociativos , Prevenção de Doenças , Acolhimento , Euforia , Comportamento Exploratório , Relações Familiares , Prazer , Racismo , Discriminação Social , Abstinência de Álcool , Angústia Psicológica , Casas de Trabalho , Representação Social , Metabolismo , Antidepressivos
2.
Rio de Janeiro; s.n; 2022. 147 f p. ilus.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-1434377

RESUMO

Nesta dissertação, investiga-se políticas governamentais de prevenção à automutilação entre crianças e adolescentes, no período de 2017 a 2020. Parte-se da premissa que certos fenômenos em algum momento são identificados ou classificados como um problema social. As ações governamentais aqui analisadas representam uma legitimação e uma resposta à construção do fenômeno da automutilação como um problema a ser gerido pelo Estado. A partir do método da etnografia de documentos, são examinados arquivos públicos das políticas em questão. Tais materiais são reconhecidos como objetos privilegiados da burocracia estatal, explora-se seus efeitos de ocultamento ou de exibição de hierarquias, valores, emoções, práticas e agenciamentos, e a sua materialidade, circulação e estética. Três linhas de força que tecem a gestão da automutilação são discutidas: o enfoque na família como espaço privilegiado para o cuidado ao sofrimento de crianças e adolescentes; a percepção das redes sociais como espaços incitadores de violência contra o público infantojuvenil; e os programas de educação socioemocional como estratégias de prevenção da automutilação. Argumenta-se que, no baixo relevo, essas propostas cristalizam a posição das crianças e adolescentes como figuras vulneráveis; e silenciam as relações de violência no espaço doméstico e a dimensão social do sofrimento. Tais ações governamentais, fabricadas em um momento de avanço de um projeto antidemocrático e anti-igualitário no país, representam um entrelaçamento sutil entre o campo da saúde mental, a linguagem dos direitos humanos e o conservadorismo moral.


This thesis investigates government policies for the prevention of self-harm between children and adolescents, between 2017 and 2020. It starts from the premise that certain phenomena are eventually identified or classified as a social problem. The government actions assessed here represent both an answer and legitimation to the construction of the phenomena of self-harm as a state problem. Based on an ethnographic document analysis, the public archives from such policies are here examined. Such records are recognized as privileged objects of state bureaucracy; their effects on concealment or display of hierarchies, values, emotions, practices, and agency are explored, as well as it's materiality, circulation, and aesthetics. Three power lines of such management are discussed: the family as a privileged space in caring for the suffering of children and adolescents; the perception of social networks as places where violence against the youth is incited; and the socioemotional education programs as strategy to prevent self-harm. Subordinately, it is argued that these proposals crystallize children and adolescents as vulnerable figures; and suppress violence-based relationships in the domestic space and the social dimension of the suffering. Such government actions, delivered in a moment when a anti-democratic and anti-egalitarian project is on the rise in Brazil, represents a nuanced interlacing between the mental health field, human rights' discourse and conservative morality.


Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Política , Automutilação/prevenção & controle , Violência , Saúde Mental , Gestão em Saúde , Estado , Brasil
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA
...